As operadoras de telecomunicações estão se antecipando ao futuro ao testar a tecnologia 5.5G, também conhecida como New Radio Advanced, que promete ser uma evolução intermediária entre o 5G e o futuro 6G, previsto para 2030. Essa tecnologia, ainda em fase de testes, não representa uma nova geração, mas sim um aprimoramento significativo das capacidades atuais.
Historicamente, as redes móveis evoluem a cada década, trazendo novas funcionalidades. Desde o 1G, que permitia apenas chamadas de voz, até o 5G, que introduziu a ultra banda larga e a internet das coisas (IoT), cada geração trouxe avanços significativos. O 6G, por sua vez, promete integrar ainda mais o mundo físico e digital, viabilizando a “internet de todas as coisas”.
Para que os usuários possam usufruir do 5.5G, as operadoras precisam combinar três frequências, totalizando 200 MHz. No entanto, a falta de dispositivos compatíveis ainda é um obstáculo, conforme explica Carlos Roseiro, diretor de marketing da Huawei. A tecnologia está pronta, mas os aparelhos ainda não.
O 5G Advanced, como também é chamado, oferece melhorias notáveis na performance da rede, incluindo maior capacidade, taxas de transmissão mais altas e menor latência. Além disso, avança na localização precisa de dispositivos, um recurso que será ainda mais aprimorado com o 6G, que utilizará tecnologia de radar para precisão de centímetros.
A padronização do 6G deve começar em 2028, mas já há protótipos em desenvolvimento. Durante o Mobile World Congress de 2023, a Ericsson apresentou uma estação rádio base 6G com velocidades superiores a 100 Gbps. Segundo Marcos Scheffer, da Ericsson, o 6G conectará tudo o que for possível, integrando o mundo físico ao virtual.
Enquanto isso, o 5G Advanced já permite velocidades até dez vezes superiores às do 5G atual, viabilizando promessas como realidades virtual e aumentada, além de aplicações IoT massivas. A Vivo, por exemplo, já ativou o 5G Advanced em algumas frequências, atingindo velocidades de pico de 6,7 Gbps.
A Claro também está na corrida, alcançando 10,4 Gbps em testes de 5.5G. André Sarcinelli, diretor de engenharia da Claro, destaca que ainda há um longo caminho a percorrer na evolução do 5G, especialmente na disponibilização de equipamentos compatíveis. A TIM, por sua vez, espera ter a tecnologia disponível até 2026, com testes já atingindo 11,6 Gbps.
O desafio para as operadoras brasileiras é concluir a instalação do 5G e iniciar a implementação das frequências necessárias para o 5G Advanced. A falta de dispositivos compatíveis no mercado nacional é um entrave, mas as operadoras estão otimistas quanto ao futuro dessa tecnologia.