No dia 7, Satya Nadella, presidente da Microsoft, subiu ao palco para apresentar o que foi vendido como uma mudança revolucionária nos produtos da empresa: o navegador Edge e o buscador Bing receberão grandes atualizações para funcionar com um chatbot de inteligência artificial, que chamou a atenção do mundo inteiro no aplicativo ChatGPT.
Segundo o executivo, o uso de IA tornará as buscas muito mais próximas de uma conversa cotidiana. Será possível pedir para o buscador “planejar uma viagem de cinco dias para o México”, em vez de pesquisar cada passo separadamente, como mostrou o exemplo dado pela empresa.
No mesmo evento Sam Altman, CEO da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, confirmou que a Microsoft usará tecnologia (chamada GPT-3.5) desenvolvida pela startup para equipar os produtos dela. “Sinto que estou esperando por isso há 20 anos, estou muito feliz por estar aqui”, disse Altman aos participantes.
Internamente, em uma reunião com acionistas pouco antes, a chefe financeira da dona do Windows, Amy Hood, afirmou que o chat da Microsoft está um passo à frente do GPT e usa tecnologia ainda mais avançada.
A jogada da Microsoft foi encarada como uma chance rara de bater o Google onde a empresa é mais forte: buscas e navegadores. Mas, além disso, a inteligência artificial é vista como muito mais — é como o próximo passo no que foi chamado de “corrida armamentista” entre as grandes empresas de tecnologia e potências militares. Do outro lado do globo, a chinesa Baidu anunciou que logo lançará seu próprio chatbot, o que deu tons geopolíticos à disputa.
Tudo aconteceu muito rápido desde que uma versão pública do ChatGPT foi lançada, em novembro passado. Usuários se mostraram encantados e tentaram explorar ao máximo o potencial de esquisitices das respostas do programa, que emula a forma humana de conversação e ainda é capaz de “recordar” respostas anteriores. Uma mostra pode ser vista abaixo.